The flap of a butterfly’s wings in Brazil set off a tornado in Texas.

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quem tem CU tem medo

A blogosfera está desde ontem mais rica. Arrancou oficialmente o grande blog "Quem tem CU tem medo", com a participação de personagens como CUveiro, CUmilão, CUrnélia, CUrgette Maria, CUmadre, Zé do Gayo, entre outros.
Como se auto-define, "Quem tem CU tem medo" é:

"O primeiro blog homofóbico escrito em parte por um homossexual, mas também por pessoas!"

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Subjectiva comodidade

Disse um dia alguém (não sei quem, não ouvi, disseram-me), que a expressão “Isso é subjectivo!” acaba com qualquer conversa interessante que se pudesse ter. Não sei quem foi o génio, mas tamanha máxima deveria constar de todos os manuais.
A subjectividade é, continuamente e cada vez mais, a fuga para aquilo que não se quer enfrentar. Hoje, em vez de admitirmos A ou B, preferimos defender-nos, dizendo: “Isso é subjectivo!”. É mais fácil, mais cómodo. Assim, não perdemos a “discussão” (o outro não a ganha) e ficamos de consciência tranquila pensado que temos uma opinião.
Esta ideia está completamente errada. E isto não é subjectivo! A vida não é subjectiva e não pode ser encarada como tal. A nossa cobardia leva-nos a contornar as coisas objectivas, a maioria das que se apresentam à nossa frente.
Ou se é, ou não se é. Não há meio-termo. Ou gosto de chocolate, ou não gosto de chocolate. Não gosto de chocolate “se”. Gosto dele se tiver forme, então gosto. O facto de ter fome não torna o meu gosto subjectivo ou não. Apesar de insistirmos continuamente em só gostar de “chocolates” quando “temos fome”.
Temos, de uma vez que todas, que assumir aquilo que somos. Assumir o risco, deixar cair a máscara. Mostrarmo-nos como somos, sem estarmos coagidos por aquilo que os outros vão pensar de nós.
Andando uns poucos metros na rua, vimos uma diversidade imensa de pessoas que, num segundo olhar, nos parecem todas iguais. Porque, na realidade, são mesmo todas iguais. As rotinas diárias, os modos de comportamento, as formas de ver, tornam a sociedade actual um corpo quase homogéneo. E mesmo as pequenas diferenças que se fazem permitem que se formem pequenos grupos dentro da sociedade, que, eles mesmos, são totalmente homogéneos na sua constituição.
Era pretender demasiado que tudo mudasse, do dia para a noite. A sociedade não se transforma subitamente nem, tão pouco, essa mudança é perceptível. Ainda assim, é fundamental que tomemos consciência que, cada vez mais, é necessário afirmarmo-nos como indivíduos em si mesmos, e não indivíduos que pertencem a um todo.
A nossa sociedade chegou a um ponto de subjectividade tal que, hoje em dia, já não sabemos o que é e o que não é. Acreditamos naquilo que nos dizem (o pai, a mãe, o merceeiro, o vizinho, o jornal, o Primeiro-Ministro) e no desmentido que lhe fazem. O status quo cada vez menos se mantém. E, se por um lado, o progresso e a evolução é positivo, há que acompanhá-los com o nosso próprio desenvolvimento.
Deixemos de lado a cómoda subjectividade das coisas a que nos habituamos a recorrer quando não queremos pensar, quando não queremos agir ou, muito simplesmente, quando não queremos ser. Assumamos, como ser humano que somos, as nossas virtudes.

Lisboa, 22 de Junho de 2009