The flap of a butterfly’s wings in Brazil set off a tornado in Texas.

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A integração de Cavaco

No decorrer da campanha eleitoral para as Presidenciais do próximo dia 23, muitos "argumentos" têm sido usados contra Cavaco Silva. Hesitei em chamar-lhes "argumentos", porque envergonham razões dignas desse nome. Ainda assim, assumamos que quem não tem mais por onde pegar para criticar tem que se socorrer de fait-divers ridículos e, por isso, são a base de uma argumentação.
A acusação mais hilariante de todas foi a que Manuel Alegre fez, dizendo que Cavaco tinha "ido dar o nome à PIDE", para mostrar que "se portava bem" dentro do regime ditatorial. Em primeiro lugar, mesmo que isso fosse verdade, não poderíamos acusar Cavaco de nada só por tê-lo feito, já que apenas fez o que, num regime ditatorial e com uma polícia política, fazem aqueles que querem sobreviver. Tal como Cavaco, a maioria dos portugueses estava integrada no regime, porque não tinham outra solução. Em segundo lugar, o que Cavaco escreveu na sua ficha na PIDE transcreve-se em baixo, e está muito longe do que Alegre fez crer.
Em Portugal, além dos comunistas, há ainda uns quantos "mártires" que vivem no pós-25 de Abril. Deixe-mo-los viver na sua fantasia, fingindo que isso não foi há 36 anos e nem pertence ao passado. O que é preocupante é quando alguém se candidata a Presidente da República com base apenas neste tipo de discurso, vivendo de glórias passadas, de lutas outrora travadas, mas sem uma única ideia para o Portugal de hoje.

"Integrado no actual regime político. Não exerço qualquer actividade política."

Lisboa, 5 de Janeiro de 2011

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